Defendendo o direito das nossas crianças e adolescentes

Até 2009 a Crescer no Campo atendia somente crianças e adolescentes da zona rural. A partir de 2010 um grupo da cidade passou a fazer parte de nossas atividades, no núcleo Floresta. A divulgação, por parte destes participantes e de seus pais, deu origem a uma lista de espera, que hoje está em 135 crianças e adolescentes.

Por não termos transporte suficiente para atender, ainda que parte, destas crianças e adolescentes nos nossos núcleos, buscamos condições para a abertura de um terceiro, na cidade. Conseguimos autorização para utilização de espaço na Escola Estadual Cardeal Leme e cessão dos computadores, pela Escola Técnica Dr. Carolino da Motta e Silva. Faltava a alimentação, o que considerávamos mais fácil de conseguir.

Por este motivo, nos dirigimos ao poder público, representado pela Sra. Prefeita, solicitando uma merendeira e o aumento na quantidade de alimentação já que, através de uma parceria com a Prefeitura Municipal, recebemos uma parte da alimentação e transporte para os que já freqüentam a Organização. O pedido não foi atendido, feito por nós e pelos pais.

A receptividade ao grupo de pais e representantes da Associação causou enorme constrangimento, impossibilitando qualquer diálogo que pudesse justificar a ameaça aos direitos da criança e do adolescente. Pedimos o apoio do Legislativo e continuaremos a defender seus direitos, afinal, segundo a legislação do País, a responsabilidade de educar deve ser compartilhada por toda a sociedade.

A mobilização de todos se torna cada vez mais necessária, numa perspectiva de potencializar as aprendizagens e fortalecimento mútuo desta tarefa de educar e proteger as novas gerações. Sabemos que isoladamente, nenhuma forma legal ou área da política social dá conta do atendimento completo pretendido pelas propostas de uma educação integral – que amplia as possibilidades do indivíduo de compreender a realidade e intervir nela como cidadão. Pressupõe-se então, a necessidade de composição de estratégias e alternativas políticas e pedagógicas para novos formatos de atuação dos vários segmentos, a fim de que todos estejam a favor da proteção, da lógica da inclusão e da formação integral das crianças e adolescentes.

Diante deste contexto e impulsionados pela própria força e pela força das circunstâncias, definimos nossos propósitos, certos de estarmos contribuindo para a democratização e ampliação da participação da sociedade na educação.